quinta-feira, 30 de setembro de 2010

REVISTA ACADÊMICA

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via blog CANTINHO DA DALINHA

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REVISTA ACADÊMICA



A Academia Ipuense de Letras Ciências e Artes (AILCA) dá um passo importante nessa sua caminhada rumo à cultura quando se propõe com eficiência a lançar seu primeiro livro tendo como temática a cidade de Ipu. Cidade que completou 170 anos de emancipação política e sem dúvidas, merece esse mimo por parte de filhos, amigos e admiradores que hoje fazem parte de uma mesma confraria, (AILCA)


Quero parabenizar pela iniciativa, os organizadores que literalmente colocaram a mão na massa: João Pereira Mourão, José Airton Pereira Soares e Sebastião Valdemir Mourão.


Agradeço ao Ricardo Aragão por ter indicado meu nome para a AILCA e sou grata aos membros desta academia que tão bem me acolheram.


Sinto-me feliz em participar deste primeiro projeto que deu luz a REVISTA ACADÊMICA onde membros da AILCA desfilam com suas prosas e versos em homenagem a bela cidade de Ipu.


O Lançamento acontecerá sábado dia 2, às 20 horas, no auditório da Bio Extratos na cidade de Ipu. Daqui do Rio de Janeiro, além de ficar na torcida, convido os amigos a participarem deste importante evento cultural.


Dalinha Catunda
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domingo, 26 de setembro de 2010

A ESSÊNCIA DA PAQUERA

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Por Airton Soares

"A mulher mais honesta não resiste à tentação de parecer sedutora e, sem pensar em dar uma esperança, não desgosta de deixar um espinho."
Madame Émile Girardin
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Ei, Madame, sabe qual foi a frase quEu me lembrei...deixe eu pegar meu caderninho: pronto, é esta: "A essência da paquera reside entre a promessa da amizade colorida e a ausência desta garantia." ...do livro A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera.


Achei o bicho!


Cá pra nós, uma paqueradazinha, num restaurante [ sem o visto marital] é legal demais! Mas... chegue mais perto. Escute bem! As carícias oftálmicas tem de ser brandas, se não viram amizade dolorida. E na geografia do triângulo amoroso - as estatísticas comprovam - as camadas de risco e erosão são incomensuráveis.


Outra frase lida por aí - que achei pancada- e que de certa forma tem haver com aquelas: "Eu sempre gostei da minha mulher, no início porque ela era bonita e hoje porque a amo!"




Sabe - leitora - que o autor desta frase tem razão. Toda juventude é viçosa, é bonita e... no frigir dos ovos o sujeito [a] somente começa a amar a pessoa lá por fim... quando essa juventude se cansa de ser e os amantes já se veem com os olhos do coração.


E aí, o que você diz?
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Nacisismo

via blog Etimologia e Semântica - VISITE!

Por Airton Soares



Eu sei - ora se num sei – que o leitor está se coçando pra dizer que a palavra narcisismo está incorreta. Não tenho vergonha de dizer. Foi desse jeito quEu escrevi – faz um tempão, é verdade.

Sabe como resolvi a parada? Via etimologia. Utilizo muito essa técnica em meus cursos de memorização e criatividade. Ora, a palavra naRcótico vem de naRciso. Ninguém diz “nacótico”, "nacotráfico". Palavras que todo santo dia se escuta. Então é só lembrar do “R”. Simples, né? É. Pra que complicar?

Mas, em favor do cabimento, falemos um pouco sobre a palavra que leva o nome desta crônica.

Narcótico é uma substância que causa torpor [ inércia], daí a palavra entorpecente. O sujeito fica doidão....extasiado quando ingere esse tipo de droga. Pois era assim que o herói da mitologia grega, narciso, se comportava quando olhava para sua imagem. Peense num caba vaidoso! Dizem que um belo dia [ não sei porque quando se diz um “belo dia”...lá vem desgraça, vote!] ele viu sua imagem refletida num lago e ficou extasiado... não contou pipoca! Tibungou dentro do lago e morreu! Que tristeza!

Existem outras versões, mas citá-las todas aqui estaríamos nos desviando do foco da crônica, que é: mostrar - no caso de dúvida - que gancho mnemônico utilizar para escrever corretamente a palavra NARCISISMO que tem seu nome derivado de Narciso.
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Uma historinha quase inventada

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Por Airton Soares


Esperei, esperei e nada... Não chove, não tem greve de ônibus e tampouco você está naqueles dias. Tratante, isto é o que você é... mulher sem coração. Diga, diga logo que não quer mais nada comigo, diga!
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Por que faço das tripas coração pra ela gostar de mim? Sei não... só que que mesmo sem coração, acho muito difícil arranjar outra com moela.
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domingo, 19 de setembro de 2010

Você gosta de min..............gau?

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À
amiga recantista Antonia Zilma

Por Airton Soares


SOLUCIONAR PROBLEMA

E GERAR OPORTUNIDADE

SEMPRE FOI E SERÁ

O LEMA DA CRIATIVIDADE



Você gosta de....... mingau? Eu gosto tanto de....... tijolim de coco.

Tão bobinha, tão simplezinha, mas tão irreverente. "Eu gosto tanto de"... Neste mundo – e... nos outros! - cabe a nós desbanalizar o banal. O encanto encontra-se em coisas simples. O espanto e a admiração residem no comezinho.

Assim, atrevo-me a “receitar” uma meizinha que nos ajuda a viver...vivendo. Viva de "A" a "Z". Quando se vive de vera, ficamos abarrotados de problemas. Nada mal. Eles são solos férteis para a criatividade. Não falo da criatividade artística. Aquela vai mais além: um potencial inerente ao ser humano e a realização desse potencial uma de suas necessidades. O sapo não pula por boniteza, mas sim por necessidade.

Vamos à meizinha. Já não era sem tempo. Trata-se de um imposto. - Mais um, AS, me poupe! - Não, não, este é diFÉrente! Você mais recebe do que paga: ICM Irreverência Contra a Mesmice. Experiente sem moderação... Depois me diga alguma coisa. Não precisa marcar consulta...entre sem bater..

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sábado, 18 de setembro de 2010

Pancada de amor não dói...

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Rascunho:

Rasgue-o

ou

Emoldure-o!


Por Airton Soares

E tudo começou desse inocente e romântico ditado popular: “Pancada de amor não dói”. Daí foi involuindo... involuindo e surgiu a música: “Bata Nêgo, pode bater, faça de conta que eu não sinto doer”.. até esbarrar na música Maria da Penha: "Comigo não, violão / Na cara que mamãe beijou /Zé Ruela nenhum bota a mão /Se tentar me bater /Vai se arrepender"/...

Só sei que em mulher não se byte nem com um disquete, até mesmo quando existia o disco.

Mas... o próprio ditado, com o tempo se desromantizou, digo, se mariadapenhizou: “Pancada de amor não dói, mas deixa calo. Calo-me por aqui.

Ah, sim, ia esquecendo: “Tirando a mulher o resto é paisagem” Bate aqui, Dante Milano!

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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Jung

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via blog DESIDERATA

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"O escrito jaz na sua frente e diz sempre a mesma coisa se você acredita em palavras.
Mas, se você acredita nas coisas que as palavras representam, nunca se chega ao fim.
E você tem que seguir uma estrada sem fim, uma vez que a vida não flui por um caminho finito, mas também por um infinito.
Mas o ilimitado lhe deixa ansioso, já que o ilimitado é assustador e sua humanidade se rebela contra isso.
Consequentemente, você procura limites e contenção para você não se perder, rolando no infinito (...)
A palavra se transforma no seu Deus, uma vez que ela lhe protege das inúmeras possibilidades de interpretação.
A palavra é uma mágica protetora contra os daimons do infinito que que rasgam sua alma.
(...)
Você será salvo se no fim puder dizer: isto é isto e nada mais.
(...)
É por isso que os homens procuram e criam palavras."
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

CORDEL - AGUENTA PATRIA AMADA

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via blog Cantinho da Dalinha

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AGUENTA PÁTRIA AMADA!

Quem disse que meu país,
Hoje é independente?
A sua podre política
Deixa um rastro evidente
De lama e falcatrua
Dessa gente que atua
Numa política indecente.
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É com nojo que eu vejo
No rádio e na televisão.
No horário obrigatório,
O político e seu sermão.
Vestindo pele de cordeiro
Visando poder e dinheiro
Que lhe traz cada eleição.
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O brasileiro acovardado,
Vai sempre dizendo amém!
E para facção engajada
Sobra parte do roubo também.
E os que amam esta nação
Sofrem sem ver solução,
E nem sabe se ainda tem!
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Neste sete de setembro,
Com minha pena na mão.
Confesso morro de pena,
Do Brasil, minha nação!
Já não vejo a “brava gente”
Só espertos e indigentes,
E a pátria em degradação.

Texto:Dalinha Catunda
Foto:bragalia.blog.uol.com.br/
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terça-feira, 7 de setembro de 2010

SOU MESMO

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Por Cleody Virgínia da Silveira
[abracista]

imagem: via blog empório do café
Tenho um conflito inevitável entre o bem e o mal*. Essa luta interior me consome munida tanto de boas qualidades como de ruins. Sou capaz de fazer qualquer coisa além do que possa acreditar ou não. Diante de um perigo preservarei minha vida.

Posso bloquear pensamentos negativos e sustentar os positivos, mas sou frágil... porcelana japonesa. Procuro proteção. Recorro ao heroísmo. Quando na verdade me acovardo perante o medo, mas de repente a coragem volta, munida com autoadrenalina que bombeia meu sangue e faz-me agir.

Já senti o desejo de matar, fui guerreira, agi com maldade e menti tão bem que consegui enganar-me. Travo essa luta constantemente tentando ser alguém melhor para mostrar as pessoas algo que seja interessante, instrutivo e verdadeiro.

Faço autoanálise. Julgo-me. Inocento-me e às vezes fico em habeas-corpus.

Faço o que é certo, acho! E o que é preciso, mas julgo as pessoas, classifico e as renego. Desejei não existir. Hoje quero viver para sempre... uma águia. Certa vez senti-me tão pequena que se alguém soprasse em mim eu desapareceria.

Em outra ocasião eu estava tão enfurecida que seria capaz de matar um boi com uma facada. Sou também um animal que pensa estar agindo racionalmente. Imagino-me uma pilha: um lado energia positiva, do outro energia negativa. No meio, a neutralidade coordenando-me. Uma narcisista destrutiva do ínfimo ao infinito.

Concluo: Quem sou eu? Sou o que sou ou o que não sou? Ou sou como sou?
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* O bem e o mal e seus efeitos ontem e hoje. (Maniqueu-século III da EC-Pércia). Jesus Cristo travou uma guerra espiritual entre o bem e o mal, foi tentado três vezes por Satanás-século 29 a 33 da EC. Ex-presidente dos Estados Unidos, George Bush,expressou-se durante a destruição das Torres Gêmeas, assim: "Quem está conosco é do bem. Os maus são inimigos".
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

PRONOME DE TRATAMENTO

Ano 11 - nº 513 - 25/08/2010 -
VOSSA SENHORIA

O pronome de tratamento formal entre iguais numa correspondência continua sendo Vossa Senhoria (V. Sa.).

Embora se usem como vocativo de abertura as expressões Prezado(a) Senhor(a) ou Caro(a) Senhor(a), não se emprega o pronome senhor(a) no corpo da correspondência.

Vale lembrar que, com Vossa Senhoria, o verbo vai para a terceira pessoa do singular (ele/ela), e nunca para a segunda do plural (vós)! Além disso, os adjetivos devem ser flexionados de acordo com o sexo do destinatário, como neste exemplo: “Dr. Márcio, sabemos que Vossa Senhoria é um dedicado profissional”.


Consultexto: sempre com grandes amigos

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Publicitária lança livro sobre letras de Chico Buarque

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A publicitária Cristina Couto lançará seu primeiro livro no próximo dia 25, a partir das 19h30min, no auditório da Câmara Municipal. Intitulado “As Cidades de Chico Buarque”, o livro é resultado de uma monografia que se apegou às letras desse grande compositor brasileiro.

“Nós procuramos discutir no que as cidades que ele abordou em letras se transformaram com a modernidade, levando em conta aspectos como poder, mercado, trabalho e publicidade”, diz para o Blog a autora que será apresentada pelo acadêmico Dimas Macedo.

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sábado, 24 de julho de 2010

27 de julho .... BAZAR DAS LETRAS

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CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIÁ-LA.
No dia 27 de julho o projeto Bazar das Letras - SESC recebe o escritor Luciano Bonfim para um descontraído e inteligente bate-papo.
E você está convidado!
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terça-feira, 20 de julho de 2010

Dia do amigo

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Airton Soares

Todos nós temos uma segunda vocação oculta que se transforma em hobby. A minha é gostar de ler, de escrever e de compartilhar isso com os amigos afins.

Gosto sempre de manter com os meus amigos um vínculo de amizade permanente. Mas entre o gostar e o agir há bastante espaço, no qual enchemos de mil desculpas, sendo a mais comum a falta de tempo. O que faz, na verdade, com que este vínculo não seja assim tão permanente?

A – C - O - M - O - D - A - Ç – Ã - O.

Simplesmente.
O tempo passando... passando... a gente amadurecendo como bananas em carbureto e não damos por conta das pequenas boas coisas da vida: um bom papo, um boa conversa, uma boa amizade. Sempre deixamos para amanhã, e quando bastante "estocados" de amanhãs, nos sentimos tristes e amargurados.

Em sendo assim, escrevo, converso, reato o vínculo e torno-me novamente vazio de "amanhãs” e pleno do hoje e do agora.
Graças a Deus.
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terça-feira, 13 de julho de 2010

NOTÍCIAS DO II CONGRESSO DE ESCRITORES, POETAS E LEITORES DO CEARÁ

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via blog FALAÇÃO


O grande Poeta, Escritor, Professor Universitário, Crítico Literário, Membro da Academia Cearense de Letras e do Conselho de Educação do Ceará, fará Palestra no II CONGRESSO DE ESCRITORES, POETAS E LEITORES DO CEARÁ.
O Tema da palestra do competente Batista de Lima será: " A HISTÓRIA DA LITERATURA CEARENSE CONTADA ATRAVÉS DOS MOVIMENTOS LITERÁRIOS ".

SEM DÚVIDAS VAI SER UM GRANDE MOMENTO DO CONGRESSO.

INSCRIÇÕES:
grupochocalho@yahoo.com

CAMINHOS DO CORDEL - exposição

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"A amizade é um amor que nunca morre." (Mário Quintana)

Olá Amigos Abracistas.

Hoje participaremos da Exposição Caminhos do Cordel.]

Local: Sesc Iracema ( Dragão do Mar)

Sairá um ônibus do Sesc Fortaleza (R. Clarindo de Queiroz) às 19h e o retorno às 21h.

Caso haja oportunidade daremos uma olhada na Mostra "De Picasso a Gary Hill" ( Uma fascinante viagem partindo das obras de mestres como Picasso, Salvador Dalí e Matisse até grandes nomes das artes atuais como Boltanski. A mostra esta acontecendo no Museu de Arte Contemporânea do Ceará ( Dragão do Mar).

Espero vocês.

Abraços, não literários.

Lúcia Marques (Coordenadora do Abraço Literário)


domingo, 11 de julho de 2010

Morre em São Paulo, aos 72 anos, o poeta Roberto Piva

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3 de julho de 2010 21h12 atualizado às 21h24


   Foto: Divulgação

Roberto Piva foi um dos principais poetas paulistanos nos anos 60 e 70
Foto: Divulgação

Morreu em São Paulo neste sábado (3), aos 72 anos, o poeta Roberto Piva. Ele estava internado no Incor (Instituto do Coraçao) desde o dia 13 de maio. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos em decorrência de uma insuficiência renal. O velório será realizado a partir das 22h30 no Cemitério do Araçá e o corpo será cremado no domingo (4), às 11h, no crematório da Vila Alpina.

Piva nasceu em São Paulo, e, aos 22 anos já era poeta reconhecido. Foi descoberto pelo editor Massao Ohno, e aos 23 publicou sua obra-prima, Paranóia (1963). O livro se esgotou em duas semanas e hoje é artigo de luxo entre colecionadores. Depois disso, a obra Piazzas (1980), confirmou seu talento. Quem perdeu aquela edição, hoje pode encontrar esse e outros livros do poeta em uma compilação da editora Globo de três volumes. O último deles, Estranhos Sinais de Saturno, foi lançado em 2008.

O poeta tinha a alma inquieta. Nadou incansavelmente contra a corrente e por isso é o principal nome - junto com seu parceiro e amigo Cláudio Willer - da poesia marginal. Para sobreviver, ele deu aulas de filosofia e produziu shows de rock.

VIA PORTAL TERRA
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sábado, 19 de junho de 2010

Chica Pão - 16°lugar Prêmio Unifor de Literatura

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EUDISMAR MENDES

Eudismar Maria Fernandes Mendes, professora aposentada, nasceu em Catuana-CE em 1939. Aos 11 anos conquistou o prêmio literário com a historia: “OS coquinhos”- da revista Sesinho. Formada em Letras. Membro da Associação Cearense dos Escritores, Círculo de Leituras do SESC-CE (Abraço Literário) e da Criação Literária (Encontro com a Palavra) SESC-CE.


Todos conheciam a Chica Pão que, na verdade, tinha por nome Francisca Maria da Conceição. Mas isto só constava em documento _ uma simples certidão de nascimento, tão encanecida em que mal se lia o seu nome. A idade ninguém sabia precisar, era de pele escura, do tipo de pessoa que não se consegue avaliar ao certo o tempo vivido.

Dia após dia, ia e vinha pelas casas de pessoas de posse tentando arranjar emprego. Já era bastante idosa, nunca conseguiu um trabalho fixo. Assim, ia levando sua vidinha ao deus-dará, lavando um prato aqui, outro ali... Vivia isolada, praticamente só vivia emburrada. Quando saía do esconderijo no mato e vinha à rua, todos gritavam: “Olha a Chica Pão!... Chica Pão!... Chica Pão!...”Aí ela se transformava: raivosa como ficava, saía com os mais inadequados impropérios mandava todo mundo à baixa da égua, entre outras coisas.

A criançada gostava bastante da Chica Pão. Só que alguns moleques não se apiedavam dela; mesmo porque criança adora ver os adultos sofrerem. E, quanto mais a mulher revidava, mais era destratada pelas crianças. Devo confessar, envergonhada, que também fazia parte daquela turma desalmada.

Um dia Chica Pão adoeceu, e não nos deu mais o ar da sua graça. Juntamos um grupo e entramos no mato em busca de sua morada. Encontramos, porém mal pude suportar forte odor em torno daquele casebre, muitos urubus sobrevoavam rasantes a palhoça, e todos fugimos amedrontados.

Minha curiosidade, entretanto, venceu_me e resolvi dar uma espiada na defunta com tão forte odor, pensávamos que ela já havia falecido. Fui chegando, pé ante pé, até deparar-me com a real pobreza franciscana. Chica Pão, inerte numa fianga, dava-me um pouco de medo. Eu tinha por esse tempo uns onze ou doze anos, mas decidi que não a abandonaria ao seu infortúnio. Algo teria que se fazer pela pobre moribunda.

Então, levantei Chica Pão da rede e a fiz sentar em um banquinho de caixa de sabão. Já que ela fedia muito, urgia fazer-lhe um asseio. Mas, como se estávamos sozinhas? No pequeno quintal encontrei uma grande cuia. Acendi o fogão de trempe, aqueci água e, com paninhos velhos, fiz-lhe a higiene. Assustou-me ver que dela saíam algumas vísceras _ àquele tempo eu não sabia muito das coisas, hoje suponho que seu útero teria arriado. O fato é que aquelas carnes fétidas me deixaram nauseada, mas agüentei.

Após o penoso ritual da limpeza, ela me pareceu aliviada. Era hora de arranjar alguma coisa para alimentá-la... E tudo ocorreu com a graça de Deus. Assim, eu passaria a freqüentar a minha enferma diariamente. Fiz desse mister minha devoção de menina, estava feliz por amparar um ser tão indefeso.

Tempos mais tarde, minha paciente, no limite de suas forças, pediu-me que a levantasse.Com muito esforço, consegui atendê-la, mas logo tornou a deitar-se. Então me sorriu com o semblante de plena gratidão e amor.

Chica Pão enfim sentia-se feliz, e eu imensamente aliviada, embora aquela tenha sido a única vez em que a vi sorrir. E apenas sorriu para morrer.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

UBUNTU

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Por Silas Falcão

A primeira Copa do Mundo de Futebol foi realizada em 13 de junho a 30 de julho de 1930, no Uruguai, em homenagem ao centenário de sua independência. Noventa e três mil pessoas lotaram o Estádio Centenário para a final entre Argentina e Uruguai que, por 4x2, tornou-se campeão do mundo. Progressivamente vários países aderiram a esse grande encontro mundial entre os povos que esse evento se tornou. Para a realização da Copa de 2010, a Fifa inovou na escolha do país sede: África do Sul. Conhecido por seu mosaico cultural, idiomas diversos- onze deles são reconhecidos constitucionalmente - e pluralismo religioso, esse país, habitado por seres humanos há mais de 100.000 mil anos, recebeu dessa instituição dirigente do futebol mundial, a grande oportunidade de mostrar ao mundo o seu DNA espiritual.

Dia 10 de junho bilhões de pessoas se deslumbraram com os imperecíveis ritmos musicais e com as coreografias das danças africanas na festa de abertura.

Mas nem sempre o livre arbítrio foi rotina na vida dos sul-africanos.

Se as gunguzelas multicoloridas soam felicidades africanas, ásperas memórias compõem o passado desse povo festivo.

O governo republicano de 1961 manteve o apartheid, redimensionado pela colonização européia – leia-se domínio britânico -, para controlar a riqueza nacional extraída das minas de diamante e ouro. Aprisionando a liberdade dos africanos, leis foram promulgadas proibindo o casamento entre brancos e negros. O registro de cor para todos os africanos foi criado. A circulação de negros só era permitida em determinadas áreas da cidade. Bairros negros foram construídos por determinação do governo. Os nativos não usavam instalações públicas como bebedouros e banheiros. Um sistema diferenciado de educação para as crianças negras foi imposto.

Apartheid significa vidas separadas.

Em um país com ¼ da população desempregada e subvivendo e não sobrevivendo – com menos de US$ 1,25 /dia, essa copa é uma grande vitrine para os africanos mostrarem ao mundo que, mesmo sofrendo as dores físicas e sociais que o apartheid infligiu, são capazes de superarem-se pelo talento.

Uma Copa do Mundo não é apenas manifestações das habilidades humanas na arte futebolística. Entendo-a, também, como um momento de união entre centenas de aspectos culturais, históricos, linguísticos, raciais, artísticos e religiosos. A versão que mentalizo é a de que ela tem a dignidade de promover a cultura do entendimento entre as nações e o congraçamento entre as diversas raças da sociedade universal.

É um momento de paz mundial dentro do país sede.

Relembro esta frase de Nelson Mandela: “Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitas para viverem como irmãos.”

Copa do Mundo é o conceito sul-africano da palavra ubuntu: essência do ser humano.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Tirando a mulher, o resto é...

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Por Airton Soares

UM DIA SEM QUERER o sujeito espeta o olhar numa mulher. Disfarça pra ninguém notar. Não era qualquer mulher. Imagine quem... a namoradinha de um amigo seu. A letra robertocarliana garante que o apaixonado tem consciência do erro, mas.. foi sem querer e nem mesmo sabe como isso aconteceu.

CONFESSANDO O ERRO a sentença se abranda? Neste terreno o homem leva vantagem, ou levava, pois a mulher continua fiel, mas se porventura acontecer... Vingou-se, apenas! O eufemismo é uma bênção!

DIA DESTES li uma frase dissimuladamente machista: “Não existe generosidade maior do que perdoar a traição da mulher dos outros.” Leia-se no subentendido: a poligamia só tem validade para o homem.

O FATO É: o homem entrou em parafuso. O machismo murchou, e a mulher mais uma vez tende a matriarcar o contexto desta secular guerra dos sexos. Para os nossos filhos e netos, esta história de machismo é página virada. O `ficar' veio para ficar. Fique ciente disto!

MEU DESEJO ERA publicar esta crônica somente no Dia. Mudei de ideia. Você acha que em plena copa do mundo alguém vai dar bola para o Dia dos namorados? Que nada,”AS” bem que vai! O brasileiro tá com a bola toda. Tem espírito festeiro. Tá no sangue. Qualquer tantin de tempo livre ( se não dispõe, inventa!) faz um carnaval. Isquidum...biriguidum..

DEI RÉDEAS LARGAS AO TEMA de caso pensado, mas o tempo urge. Meu espaço finda. Portanto, retomo – e concluo - esta crônica com um pensamento do poeta Dante Milano: “Tirando a mulher...o resto é paisagem!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Vão aniquilar o cão!


Leia mais acessando AQUI (palavras Preciosas)

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Por Airton Soares

Certa feita, preenchia um documento - solicitação de empréstimo - quando me deparei com um quesito sem sentido, pra época: Casado? Quantos filhos? Não constava no impresso o tradicional SIM e NÃO...somente o espaço. Perguntei à moça recepcionista, como proceder. Escreva nirril – respondeu-me. Tive dúvida na escrita, mas fiquei com vergonha de fazer nova pergunta, e sapequei esta palavra que vocês acabam de ler.

Ao término da manual e minuciosa conferência, a senhorita olha... sorri (na certa não leu e, se leu, também não sabia escrever nirril ) e... “seu cadastro foi aprovado com sucesso!” Não, não disse com esta frase moderna que se lê na internet. Apenas um olhar de aquiescência.

Tempos depois, mais precisamente quanto tomei gosto no escarafunchar de palavras, é que aprendi que {nirril } é uma palavra latina significando “nada” e que se escreve assim: NIHIL, de preferência com letras maiúsculas.

Hoje, consultando a origem do vocábulo aniquilar, tive mais um contato – espantei-me! – com a bendita expressão NIHIL.

ANIQUILAR veio do latim tardio anNIHILare significando reduzir a nada; nulificar, anular, destruir, matar, exterminar, deprimir.

Daí foi um pulo para compreender melhor a Doutrina filosófica niilismo (nihil +ismo), segundo a qual, não existe nada de absoluto.

Não paguei o empréstimo. Meu nome foi pro SPC. Quase me lasco, aniquilo... financeiramente! Ainda sentindo na pele e na palavra esta situação vexatória, quando vou ao Centro da Cidade e, que de longe, avisto os entregadores de “mosquito” oferecendo empréstimo, vou logo falando em pensamento alto: Vão aniquilar o cão!

Nihil mais a declarar!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Lúcia Crisóstomo - Baú

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Lúcia Crisóstomo {abracista)




NO BAÚ


Tesouros...

amigos, amores.

No baú

tempos vividos

cartas,

fotos, discos.

No baú

saudades...

brinquedos,

música, folguedos.

No baú

retornar à infância

cheirinho de criança

gostinho de danação.

No baú

percorrendo caminhos

voltar à adolescência

numa viagem

pela estrada do coração.

No baú

reencontrar amigos

rever paisagens.

No baú

algumas coisas esmaecidas

que parecem nada,

mas que recheiam a vida.

No baú

remexer nos guardados

imagens adormecidas

que o tempo não apaga...

a vida é feita disso também.

Recordar, remexer, rebuscar...

no passado os tesouros

de alegres lembranças

de belos coloridos,

uns, não muito

outros, meio tristes...

E mais disso:

- a tenra idade,

a mais descompromissada,

a de responsabilidades,

a mais alegre,

todas juntas no mesmo baú...

Ora querendo sair do passado

se confundindo com o presente

dando cara nova ao futuro

tudo, em constante

transformação.

No baú

encontros...

me encontro

na caminhada contínua

incerta...

No baú

a infância, a juventude,

a maturidade...

que nos marcam

indelevelmente.

Esse regressar

fortalece, como um bálsamo

perfuma e conforta o espírito.

Há tesouros no baú

e creio na passagem

do tempo

mas nele e com ele

posso voltar

naquele lugar,

àquela estação...

No baú

esperança,

reencontro

do que nos separa.

Lúcia Crisóstomo


quinta-feira, 27 de maio de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Bazar das Letras - Contos Matutos de Haroldo Felinto


Cordel da Mulher Atrevida

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Blog: Balaio da Poesia Visite!

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Não sou Mulher que se diga
ETA! Que “Dona Patroa!
Também o pior não diga,
Se eu não sou tão a “Boa,”
Chame-me de Atrevida
Um pouco de Pervertida,
Porém jamais fui atoa.
ll

Nunca fui de ganhar Temas,
Mais me visto de Poema
Sou meu próprio Diadema.
Chamem-me Pedra Noventa
Vou pra casa dos Sessenta
Meio a reverso e Dilema.
Enfim, sou meu próprio lema.

lll

Eu nasci bem desprovida
Dos atributos reais,
Era triste e inibida.
Com silhueta normal,
Ás vezes desengonçada
Em outras, um pouco ousada,
Mais sem trejeitos Fatais.
.

lV

Aos poucos fui me encarando
Aceitando-me como eu era...
Não era a Bela Encantada
Mais, eu vivia essa espera.
De um dia transformar-me
Na mais formosa Donzela
E ser de fato a Fera.

V

Abri porteira no “Mundo”
Por onde eu nem caberia,
Pisei abismo profundo
Submergi com “Valia”
Comi poeira da estrada
Atravessei invernada
Estampei-me de “Ousadia.

Vl

Só não Roubei nem Matei
Nem em vícios fui parar.
Lombo de Touro eu montei.
Pulei muro a me arrastar
Para poder escapar
Saltei por cima do Mar
Tentando me equilibrar.

Vll
Quem conhece a Face Dura
Do chão que pisa a Pobreza,
Colhe a “Provisão Madura
E trás no rosto a Beleza
Planta capim no asfalto
Produz seu grande roçado
Sem cansaço e sem Moleza.



Vlll

Porém quem não compreender
É que não viveu no Fio,
Da Navalha a entender,
Que na voz de um arredio
Existe um gritar latente
Não se tem vida decente
Com a barriga vazia.



lX
Senti dor e desalento
Sem poder da nem um Pio.
Assemelhei-me ao jumento,
Quando lhe falta alimento
Inclina pra baixo a crina
Faz seus passos, sua Sina
Relincha buscando alento.

X
Para encurtar essa estória,
Guarde-me em sua memória.
Sou filha da “Persistência”
Tenho irmãos com Sapiência
Doutor em Sabedoria,
Penso com muita Ousadia
Sou filha da "Valentia."

Goretti Albuquerque. (Goretti é irmã do nosso Abracista ALQUE (Airton Albuquerque)

CHARGE - Ficha Limpa



CHARGE: créditos para Nani

domingo, 9 de maio de 2010

É Necessário Estar Sempre Embriagado

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Por Airton Soares e...Charles Baudelaire (Que embriaguez, a minha. Todo pose , todo prosa - sem ser chamado - ao lado do Mestre!)

É necessário estar sempre embriagado. (1) Tudo está aí: é a única questão. Para não se sentir o horrível fardo do Tempo que quebranta os vossos ombros e vos curva em direção à terra, deveis vos embriagar sem trégua. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiserdes. Mas embriagai-vos.” Charles Baudelaire

(1) "Tudo está aí". Cabe parafrasear Cecília Meireles: O instante existe e a nossa vida está completa. Apenas, não vivemos em plenitude; falta a nós a `embriaguez sem trégua;´ Falta a nós, interesse:inter+essere, envolvimento na essência das coisas.

Não seja uma pessoa morna e indiferente às vicissitudes mundanas. "Cante, dance, sorria e chore". Dê um sentido à sua vida. Finque rastros de luz! Abra caminhos... Cumpra sua missão!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

AGRADECIMENTO

"Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito." Chico Xavier.
Olá Amigos Abracistas
Gostaria de agradecer mais uma vez, todos que se dispuseram a colaborar para a realização do nosso 2º Seminário "Revelando a Literatura Cearense."
Estou feliz, "quem nem musquito em jaca podre", como diz o nosso amigo AS. Estou também realizada e orgulhosa em ter vocês comigo.
Abraço, não literário, mas sim bastante afetuoso.
Espero vocês no próximo encontro, dia 04/05, na galeria do Teatro Emiliano Queiroz, para avaliarmos os acontecimentos.
AMO TODOS VOCÊS.
OBRIGADA.
Lúcia Marques
Coordenadora do Abraço Literário

sexta-feira, 23 de abril de 2010

MESA RDONDA - BIENAL - Nilto Maciel, Pedro Salgueiro, Tércia Montenegro e Carlos Vazconcelos

Mesa redonda
Tema: Conto ou não conto?
Dia 10/4 - sábado - 15h às 16h
Convidados:
Nilto Maciel, Pedro Salgueiro, Tércia Montenegro e Carlos Vazconcelos
Local: Arena Multi Cultural Memorial de Maria Moura (Bloco E)

Bazar das letras na Bienal entrevista Tércia Montenegro

Bazar das Letras
Escritoras convidada: Tércia Montenegro
(bate-papo e lançamento do livro Instruções para Beijar)
Mediação: Carlos Vazconcelos
Dia 15/4 - quinta-feira - 17h às 18h
Local: Espaço Não me Deixes (Hall do Auditório Central) - Centro de Convenções

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Esquete NÃO ME DEIXES FORA DO QUINZE , estreia dia 17 de abril na Bienal internacional do Livro



Direção: Eurico Bivar
Produção: Lúcia Medeiros
Realização: Abraço Literário (grupo Cresce) SESC- Fortaleza

Elenco: e/d - Sônia Nogueira, Inês Ramalho, Airton Soares, Eudismar Mendes. em pé ALQUE Airton Albuquerque)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Airton Soares declama trecho da poesia PALAVRAS AÉREAS de Cecília Meireles

Lentamente vou espiando pelos combogós das janelas: outros mestres, outros discípulos sob a mesmíssima arcádia.

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As superfícies intactas


Por Carlos Roberto Vazconcelos

Hoje, depois de longos anos, revisito o Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará.
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Fico por ali, relembrando o tempo em que cursei Letras. Lentamente vou espiando pelos combogós das janelas: outros mestres, outros discípulos sob a mesmíssima arcádia. Fito lá de cima o pátio e, de memória, avisto minha geração, irrequieta, a circular pelos meandros do conhecimento e da dispersão própria da tenra idade.

Como não poderia deixar de ser, vou à biblioteca. O acervo continua em frangalhos como há dez anos. O governo não compra livros, é o que me parece. Mas a viagem não se perde de todo. Visitando a estante do Ceará, deparo-me com uma obra que só conhecia de ouvir falar. Por ser raríssima, nunca tive a oportunidade de folheá-la, mesmo sendo eu um incorrigível comprador e leitor de livros cearenses. Refiro-me a Finalidade do Mundo, do nosso Raimundo de Farias Brito, o primeiro e maior filósofo brasileiro (na opinião abalizada do professor Genuino Sales). Que felicidade folhear aquele livro pela primeira vez. Em verdade, é uma trilogia, acenando para um hipotético leitor. Às vezes desconfio de que os livros é que encontram os leitores.

De imediato, veio a decepção. Os cartões de autógrafo, datados de 2004, onde se registram manualmente os empréstimos (acredite, a biblioteca de Letras e Filosofia da UECE ainda não é informatizada), os cartões estão intactos, uma brancura impecável. Nenhum empréstimo. Em todos aqueles anos, ninguém quis saber de Farias Brito. Pus-me a refletir. Se numa faculdade de Letras e Filosofia ninguém se importa com livros, então para que livros? Olhei todo aquele velho acervo e angustiei-me. Serão cada vez mais inúteis os livros para as novas gerações?

Olhando mais atentamente, descubro outros exemplares do Finalidade do Mundo. Estes, mais surrados. Torno a olhar o cartão de autógrafos, já na expectativa de vê-los sem um carimbo, branquinhos como os outros (para um livro, não há destino mais trágico do que as superfícies intactas, sem uma digital, uma mancha de suor das mãos). Já pensava em indignar-me, desabafar meu constrangimento, decantar a ignorância dos outros e a apatia nacional pelos livros. Pronto, havia encontrado o assunto para uma crônica... Qual nada! O cartão de autógrafos arrolava inúmeras assinaturas de diferentes leitores. Pelo menos uma dúzia de estudantes havia lido a obra-prima do filósofo, se não toda, pelo menos trechos dela.

Os livros antes de tudo precisam ser abertos, folheados, e acabam nos fisgando. Nada mais inadmissível para um livro do que a indiferença. Eu disse uma dúzia de leitores? Não, não é muito, mas nem tudo estava perdido. Respirei aliviado. Um ufa, dois ufas aos deuses do Olimpo. Aprumei o passo, ergui o queixo e saí recompensado. Agora eu também já sabia onde encontrar o velho filósofo.


Carlos Roberto Vazconcelos
24/set/07

quinta-feira, 8 de abril de 2010

IX BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO NO CEARÁ DE 9 A 13 DE ABRIL DE 2010 LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES DE FORTALEZA

 
ALGUNS EVENTOS:
 
Mesa redonda
Tema: Conto ou não conto?
Dia 10/4 - sábado - 15h às 16h
Convidados:
Nilto Maciel, Pedro Salgueiro, Tércia Montenegro e Carlos Vazconcelos
Local: Arena Multi Cultural Memorial de Maria Moura (Bloco E)
 
Associação Cearense dos Escritores
Recital poético com os jovens talentos da Academia Maria Ester de Leitura e Escrita 
Dia 11/4 - domingo - 16h às 17h
Coordenação: Silas Falcão/Haroldo Felinto
Local: Espaço Não me Deixes (Hall do Auditório Central)
 
Bazar das Letras
Escritoras convidada: Tércia Montenegro
(bate-papo e lançamento do livro Instruções para Beijar)
Mediação: Carlos Vazconcelos
Dia 15/4 - quinta-feira - 17h às 18h
Local: Espaço Não me Deixes (Hall do Auditório Central)
 
Abraço Literário
Esquete teatral Não me Deixes Fora do Quinze (Grupo Cresce)
Direção: Eurico Bivar
Coordenação do Projeto: Lúcia Medeiros
Dia 17/4 - sábado - 18h30 às 19h30
Local: Espaço Não me Deixes (Hall do Auditório Central)
 
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EXTRABIENAL
Centro Cultural Oboé
Rua Maria Tomásia, 531 - Aldeota
Dia 15/4 - quinta-feira - 19h30
Lançamento do romance A Casa Rosa, de Heloísa Caracas
Apresentação: Carlos Vazconcelos e Ednardo Gadelha
 
Grande abraço.

CORDEL DE DALINHA CATUNDA - De Maravilhosa a calamitosa


Fonte: AFAI LV

Data: 08/04/2010
Nome: MARIA DE LOURDES ARAGÃO CATUNDA (DALINHA)
E-mail: dalinhaac@gmail.com
Assunto: De Maravilhosa a Calamitosa

DE MARAVILHOSA A CALAMITOSA
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As nuvens desabaram
Inundando todo chão
A cidade maravilhosa
Virou caos e confusão
Nunca vi tanta enchente
Levando casa e gente,
E causando destruição.
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O caos invade a cidade,
Trazendo a devastação.
A tragédia assola o Rio,
Cidade de São Sebastião.
E a cidade maravilhosa
Tornou-se calamitosa,
Quem padece é a população.
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E triste ver a desgraça
Massacrando tanta gente.
No Sudeste tanta água
E no Nordeste diferente.
Falta chuva no Nordeste,
Água no Rio virou peste,
Devastação e enchente.
.
“Desgraça pouca é bobagem,”
Ainda temos que padecer.
Com políticos oportunistas,
Que só querem aparecer:
-“Com minha casa minha vida
“A problemática tá resolvida,”
Ouvi um maioral dizer.
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Muitos já não precisam,
De casas para morar.
Sete palmos é o suficiente.
Para os mortos enterrar,
Chorar e abraçar família,
Isso é pura demagogia,
Mas de político é peculiar.
.
Nas manchetes dos jornais,
Ou mesmo na televisão,
Cada imagem mostrada,
É de enternecer coração.
Que Deus tenha piedade,
Do povo desta cidade,
Cidade de São Sebastião.
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Dalinha Catunda