terça-feira, 23 de setembro de 2008

Assim falou o poeta

Por Airton Albuquerque

Assim o poeta falou:
Que já há em sua flor,
uma cor definida,
e que sua meta preferida
é regar com amor
sempre as nossas vidas.

Tanto faz ser lá de Coimbra
ou aqui do meu Ceará.
Aonde o cinza da caatinga
é uma febre com íngua,
mas não se deixa de amar.
Em casa grande ou senzala
há sempre um peito que não cala...
Mesmo não tendo luar.

Falo desde as terras quentes
onde brota o repente,
que faz sorrir e chorar.

De onde a vida
é estrema
como o poema,
“Iracema”, que vive
entre a serra e o mar.
Mas o bom banho é o da mente...
É como o sol nascente,
que vem a todos clarear.

Pássaros é o que todos somos,
desde os tempos do“Homo”
que não sabia falar.

Pois antes de haver o dia,
já tinha a poesia!
Ela vive em cada olhar.

Sei que sou pequenino,
mas nunca desafino!
E esse hino é pra todos cantar.
ALQUE

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Treme o chão do Sul

Por Jô Abreu

Idéias (14/4/2008)
Diário do Nordeste

As últimas décadas tiveram de tudo. Movimentos sociais nasceram e morreram, tivemos ditadura no País, mas a América do Sul, de maneira geral, parecia ter uma geografia definitiva e plácida.


De repente, a paz reinante entre os irmãos começou a ir para o espaço exatamente pelas relações de produção estabelecidas ao longo desse tempo. São sustos e sobressaltos que levaram o presidente brasileiro a dizer, na televisão, em rede nacional, que Hugo Chávez, o belicoso presidente da Venezuela, teria sido o grande pacificador da crise estabelecida entre a Colômbia e o Equador no episódio da ASFARC.Não mentia o presidente brasileiro.

Não há mentira nos movimentos diplomáticos, assim como ´não existe pecado do lado debaixo do Equador´. A diplomacia brasileira lida delicadamente com Chávez porque não convém nem ao Brasil, nem à América do Sul insuflar um homem de caráter nervoso, de reações imprevisíveis e armado até os dentes.Somos da paz, havemos de dizer. Afinal, quem tem uma fronteira de 11 mil km na Amazônia, objeto de desejo de tantos países desenvolvidos, não pode permitir que a família esfacele esses limites ou crie confusões tão grosseiras que se chamem às armas.

Contabilizemos os maus augúrios com calma para que não disparemos nossos corações civis. Evo Morales, da Bolívia, esfregou seu exército em nossas ´ventas´, invadindo a Petrobras, impedindo a instalação de siderúrgica brasileira e assustando nossos fazendeiros.

Agora, disparam os Paraguaios querendo mais sobre a Itaipu Binacional e ameaçando de expulsão os brasiguaios, nossos fazendeiros do outro lado da fronteira. São ataques para todos os lados que a diplomacia brasileira vem administrando honrosamente, só não sabemos até quando. Rezemos para que nossa combalida e desarmada defesa não tenha que improvisar num momento desses. Quanto mais agora que tem se dedicado, com tanta veemência, ao salvamento dos doentes da dengue no Rio de Janeiro.

Pipocas na panela

JÔ ABREU
Opinião Diário do Nordeste
Idéias (4/9/2008)
Pipocas na panela

Quando fui professora alfabetizadora, gostava de observar o fenômeno gestáltico do aprendizado da leitura. No início, as ações de ensino e aprendizagem pareciam se repetir sem progresso. Mas, num dado momento, um aluno ficava pronto e começava a ler. Depois, às vezes levava dias de completa agonia até que outro aparecia iluminado pelo milagre da leitura. Em seguida, iam explodindo como pipocas numa panela. E, no fim de um certo tempo, todas sabiam ler.

No Ceará, tenho observado, estamos como meus alunos do curso de alfabetização. As mudanças na educação vão acontecendo como pequenas explosões de novidades. É um município do interior que passa a oferecer dois turnos para todos os seus alunos do ensino fundamental, é o aparecimento de escolas municipais com atividades extra-turno, é a explosão dos cursos superiores nas carreiras de Estado.

Neste rol, encontra-se a Universidade do Parlamento Cearense, a Escola de Magistratura e a Escola do Ministério Público como unidades superiores de ensino que trazem uma formação acadêmica nova. Formam para as carreiras de Estado. Profissionais especializados na máquina pública, seja no Executivo, seja Legislativo, seja no Judiciário. Ação que completa a tão atrasada aplicação da Lei contra o nepotismo.

No lugar de parentes, pessoal certificado, gabaritado para a assessoria parlamentar, para a administração pública, para o magistério, prontas para interagir com os governos federal, estadual e municipal e para gerir recursos dessa mesma máquina. Uma ação que, com certeza, nós só sentiremos os efeitos positivos mais tarde, mas que se inicia agora sem retorno. Além disso, ONGs também pipocam em toda a cidade, buscando recuperar crianças e adolescentes em situação de risco por meio das artes, da aprendizagem profissional, do esporte.

São ações aparentemente esparsas e desconectadas, mas que, eu acredito, como as crianças que eu alfabetizava, começaram a pipocar e, quando menos esperarmos, nós estaremos falando de uma escola integrada, de dois expedientes, de excelência no trato com a coisa pública, e até, sabe Deus, do fim da corrupção e da violência.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O Mundo dos Vivos - lançamento

(22/7/2008) Diário do Nordeste

Batista de Lima
Assombroso Mundo dos Vivos

Houve um tempo em que tínhamos medo dos mortos. As almas penadas viviam zanzando à noite nas encruzilhadas, nas portas dos cemitérios, nas casas velhas e em qualquer lugar onde a escuridão trevasse. Quem não tinha medo dessas almas, é porque estava armado com as famosas palavras: ´Quem pode mais que Deus?´ Isso era o bastante para a alma responder: ´Ninguém!´. Muitas vezes esse era o começo de um diálogo que terminava com o pedido da alma para o desenterro de uma botija, ou o paga de uma promessa não cumprida. Hoje o medo das pessoas não é mais dos mortos, e sim dos vivos. Hoje se vive preso por conta dos vivos que andam soltos.

Atento a esse fenômeno, Carlos Roberto Vazconcelos intitulou seu livro de contos de Mundo dos Vivos, já que suas narrativas giram em torno de peripécias periculosas praticadas por aqueles que nos circundam. A publicação é da Expressão Gráfica e Editora, neste 2008, que em 115 páginas, deixa escorrer 32 histórias curtas que trazem à tona mistérios e escombros deste nosso mundo dos vivos.

Dos escombros desse mundo depauperado, emergem ´seres aflitos, vivendo a sensação da impossibilidade, no limite extremo e terrível entre o chão e o pulo´, conforme afirma Juarez Leitão, nas orelhas do livro. Já no prefácio, o saudoso Alcides Pinto prospecta nos contos, ´um sensualismo por vezes mórbido, por vezes dramático a percorrer a epiderme das personagens´. Não foi pois sem razão que essa coletânea de narrativas de Carlos Roberto ganhou o Prêmio Osmundo Pontes de Literatura, em 2007. Esse, no entanto, não é o primeiro prêmio literário ganho pelo autor. Afinal, desde o tempo de estudante, em sua terra natal, Tianguá, que ele vem ganhando certames literários, com suas narrativas que já pontificaram publicadas em antologias, revistas e jornais de nossa terra.

As narrativas desse primeiro livro de Carlos Roberto Vazconcelos são curtas, à moda Dalton Trevisan, mas carregadas de momentos inusitados, como armadilhas, tocaias e demais surpresas que surpreendem o leitor, como inclusive seu próprio sobrenome que é um ´Vazconcelos´ com ´Z´ e não com ´S´. Das tocaias da escritura às da pistolagem explícita dos nossos sertões , o autor trafega sem tropeços, mostrando seu conhecimento da arte de narrar em sintonia com os conheceres do grande sertão que nunca desgruda dos costados de quem nele nasceu.

Interessante é a epígrafe do livro, retirada de Máximo Gorki, que fiz: ´O que é pena é a vida mostrar-se pelo pior lado´. Coerentes com esse dizer, os contos vão mostrando do que são capazes certos viventes que nos cercam e que maculam muitas vezes o que há de belo e romântico em nossas vidas. Vivemos hoje sitiados nesse mundo dos vivos onde a inocência se enclausura em verdadeiras trincheiras para sobreviver à maledicência que impera nas ruas. Carlos Roberto atento a esse paradoxo mostra as entranhas de um cotidiano submerso em violências.

Esse cotidiano de violência possui razões sociais como a má distribuição da renda, mas há também razões familiares, desajustes que começam na falta de convívio harmonioso entre casais. Em ´Perdas e danos´ está uma das razões: ´Meu pai nunca fumou. Um belo dia, saiu para comprar cigarro e nunca mais voltou´. Esse é o primeiro episódio de que se lembra o personagem que termina por se tornar um frio matador. Mata as pessoas com uma frieza que cresce à proporção que vai fazendo vítimas. Lá pelas tantas, no entanto, ele conclui: ´... em minha vida tudo foi sempre tarde demais. Tarde demais para ser criança, tarde demais para ser família´.Outros tipos de violência vão sendo tratados no livro. Assim é o caso de ´Em nome do Pai... e do Coronel´. O pistoleiro é instado a fazer sua última missão, e vacila. A serenidade da idade madura é o que move o interesse do pistoleiro aposentado a uma tentativa de não se envolver mais com tocaias. Essa violência é a mesma que leva o marido a sacrificar a esposa quando descobre que ela está grávida, mesmo sendo ele um homem estéril. E assim vão desfilando histórias sempre marcadas pela presença de tânatos, como a do personagem descrevendo sua própria morte em ´A inescrutável face da morte´.

Essa morte é ´um escorregão idiota num dia de sol´. Essa morte está sempre se contrapondo a uma vida que teima em vingar. É um jogo de contrastes que se torna uma das marcas do estilo do autor. Por exemplo: ´Nunca me senti tão pequeno. Jamais chorei tão grande (...) Saí do sono como quem entra num pesadelo´. ´Minha mãe perdia peso e eu ganhava nome (...) Perdi também um irmãozinho antes mesmo de ganhá-lo´.

Com relação ao perfil de seus personagens, Carlos Roberto sempre os surpreende em seus momentos culminantes. São criaturas que estão com um pé no abismo. Ou pelo envelhecimento, ou pelo risco de vida que a situação impõe. Quando não é essa culminância, é uma situação inusitada que põe o personagem num patamar diferente do senso comum. É o caso do escrevinhador que escreve cartas para si próprio. ´Não vejo a hora de postar esta carta e voltar imediatamente para recebê-la´. Ou ainda o personagem que emagrece ao ler Dom Quixote. Então a mãe começa por esconder livros grandes para preservar a saúde do filho. Essa situação nos remete ao próprio Dom Quixote, no episódio em que os delírios do cavaleiro da triste figura são atribuídos às suas leituras. Então queimam-lhe os livros.

Por fim chega-se ao final do livro de Carlos Roberto com aquela vontade de encontrar outras histórias a mais. O bom narrador tem essa característica, despertar no receptor a fome de mais querer histórias. Daí que fica o pedido para saciar essa ânsia, que venha logo o próximo livro.

Lançamento: MUNDO DOS VIVOS -22/07/2008 - Livraria Oboé

E/D: Carlos Roberto, Marina Fernandes e Airton Soares





E/D:
Juarez Leitão, Tarcísio Tavares,
Assis Almeida, Carlos Roberto,
Batista de Lima e Luciano Jucá



E/D: Assis Almeida e Roberto












segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Edgar Rice Burroughs - nasceu em 01 set 1912

Tarzan é um personagem de ficção criado pelo escritor estadunidense Edgar Rice Burroughs no romance Tarzan of the Apes, de 1912.

O personagem apareceu em mais vinte e quatro livros e em diversos contos avulsos. Outros escritores também escreveram obras com o herói: Barton Werper, Fritz Leiber, Philip José Farmer etc.
Tarzan é filho de
ingleses, porém foi criado por macacos "mangani" na África, depois da morte de seus pais. Seu verdadeiro nome é John Clayton III, Lorde Greystoke.

Tarzan é o nome dado a ele pelos macacos e significa "Pele Branca". É uma adaptação moderna da tradição mitológico-literária de heróis criados por animais. Uma destas histórias é a de Rômulo e Remo, que foram criados por lobos e posteriormente fundaram Roma.

Sai mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tarzan