quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Treme o chão do Sul

Por Jô Abreu

Idéias (14/4/2008)
Diário do Nordeste

As últimas décadas tiveram de tudo. Movimentos sociais nasceram e morreram, tivemos ditadura no País, mas a América do Sul, de maneira geral, parecia ter uma geografia definitiva e plácida.


De repente, a paz reinante entre os irmãos começou a ir para o espaço exatamente pelas relações de produção estabelecidas ao longo desse tempo. São sustos e sobressaltos que levaram o presidente brasileiro a dizer, na televisão, em rede nacional, que Hugo Chávez, o belicoso presidente da Venezuela, teria sido o grande pacificador da crise estabelecida entre a Colômbia e o Equador no episódio da ASFARC.Não mentia o presidente brasileiro.

Não há mentira nos movimentos diplomáticos, assim como ´não existe pecado do lado debaixo do Equador´. A diplomacia brasileira lida delicadamente com Chávez porque não convém nem ao Brasil, nem à América do Sul insuflar um homem de caráter nervoso, de reações imprevisíveis e armado até os dentes.Somos da paz, havemos de dizer. Afinal, quem tem uma fronteira de 11 mil km na Amazônia, objeto de desejo de tantos países desenvolvidos, não pode permitir que a família esfacele esses limites ou crie confusões tão grosseiras que se chamem às armas.

Contabilizemos os maus augúrios com calma para que não disparemos nossos corações civis. Evo Morales, da Bolívia, esfregou seu exército em nossas ´ventas´, invadindo a Petrobras, impedindo a instalação de siderúrgica brasileira e assustando nossos fazendeiros.

Agora, disparam os Paraguaios querendo mais sobre a Itaipu Binacional e ameaçando de expulsão os brasiguaios, nossos fazendeiros do outro lado da fronteira. São ataques para todos os lados que a diplomacia brasileira vem administrando honrosamente, só não sabemos até quando. Rezemos para que nossa combalida e desarmada defesa não tenha que improvisar num momento desses. Quanto mais agora que tem se dedicado, com tanta veemência, ao salvamento dos doentes da dengue no Rio de Janeiro.

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