sexta-feira, 28 de outubro de 2011

LITERATURA INFANTIL

O bode cidadão

via jornal Diário do Nordeste - Hoje
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Atualmente, o bode Yoiô permanece empalhado no Museu do Ceará, onde pode ser visitado diariamente

FOTO: JOSÉ LEOMAR
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O boêmio de quatro patas mais famoso do Ceará ganha mais uma publicação, desta vez para os pequeninos. "Yoiô - O bode celebridade", com texto de Arlene Holanda e desenhos de Julião Jr., será lançado amanhã no Museu do Ceará, atual residência do bode artista
Na encarnada sala do Museu do Ceará, repousa sereno um herói cearense. Boêmio inveterado (apreciador de uma boa aguardente), pós-graduado em becos do Centro de Fortaleza, companheiro de artistas e intelectuais em noturnos cafés e, ainda, político honesto, já que ganhou sem se candidatar e não cumpriu, mas também não prometeu.


Ele, bode Yoiô, protagonizou alguns dos causos mais memoráveis da Praça do Ferreira, no coração de Fortaleza, e agora tem sua história registrada em versos, pela escritora Arlene Holanda, e em traços, pelo ilustrador Julião Jr. Uma história para crianças de todas as idades. "Yoiô - O bode celebridade", editado pelo selo Armazém da Criança, do Armazém da Cultura, será lançado, amanhã, ali mesmo, no Museu do Ceará.


O bicho
O livro conta a saga do caprino mestiço (com forte predominância da raça alpina - é o fraco!), que viveu na Capital cearense perambulando entre bares e ruas do centro no início do século XX. Segundo se difunde, o bode teria vindo junto a retirantes, fugidos da seca de 1915.


Seu então proprietário, diante do dilema entre a panela e o bolso, preferiu - para sorte da boemia de Fortaleza - arrecadar uns vinténs com o animal. Foi vendido para um representante de uma empresa britânica no nordeste, a Rossbach Brazil Company, da qual se tornou uma espécie de mascote. Com propriedade agora localizada na Praia de Iracema, o bode, outrora mofino, puxado por uma corda de amarrar punho de rede, já não estava na pior.


No entanto, não demorou para que a comilança do mato que circundava as dependências da empresa lhe entediasse por demais. O caprino era mesmo afeito a vadiagens e logo seguiu sua sina de andarilho, descobrindo o trajeto que lhe daria a alcunha de "ioiô". O bode aprendeu a partir da praia a seguir para a Praça do Ferreira, realizando o mesmo percurso diariamente.


O boêmio
E foi nos passeios que conheceu a noite fortalezense e seus muitos companheiros. No entorno do famoso Café Java (sede-mor da Padaria Espiritual, inclusive), conheceu escritores, pensadores, músicos, atores, inúmeros artistas de mesas de bar.


Com eles, passeava pelas ruas, ia a teatros, saraus, coretos; deles fora batizado Yoiô e por eles conheceu ainda as delícias da cana-de-açúcar, a bebida destilada preferida, que recebia gratuitamente a cada estabelecimento frequentado. De cara, simpatizou-se por ele o pintor Raimundo Cela, mas foi por todos amado, considerado um cidadão como outro qualquer.


O político
Ainda em 1921, Yoiô aprontaria uma molecagem que o consagraria como autêntico amigo do povão. Naquela época, inaugurava-se nas imediações da praça aquele que seria um dos cinemas mais movimentados da época: o Cine Moderno.


A população chegava de bonde e as celebridades desciam de seus Chevrolets e aguardavam com expectativa a chegada do governador Justiniano de Serpa e do intendente Godofredo Maciel para a cerimônia.


Mas o danado do bode (provavelmente "cheio dos pau", como se diz em bom "cearês") cansou de esperar. Trotou com suas quatro patas até a fachada do prédio e fez as vezes de político: comeu a fita inaugural do cinema. No mesmo ano, lá estavam os intelectuais candidatando Yoiô para vereador de Fortaleza. Mas candidatura não quer dizer vitória! Quem disse? Quando se abriram as urnas, em 1922, o nome do bode saltava das cédulas. Não pode assumir o cargo, mas, mais uma vez, entrou para a história da cidade.


O amante
Segundo afirmavam as companhias, além do jeito para as artes, o bode era um exímio entendedor de mulheres. Buliçoso, levantava com o chifre as barras das saias e dos vestidos das moças, garantindo ao macharal a boa vista.


A vida de boemia e libertinagem naturalmente não lhe pouparia da mortalidade, ao contrário, a aproximaria dela. O caprino deixou as ruas de Fortaleza em 1931, encontrado morto nas proximidades da Praça do Ferreira. Como homenagem, Adolfo Caminha resolveu empalhá-lo e é justamente sua figura que se encontra preservada no Museu do Ceará. Bom, preservada em termos, já que, em 1996, lhe roubaram o rabo (o que protagonizou nova história, ainda que "in memoriam").


Nos anais da história, consta que a "causa-mortis" fora, de fato, resultado da vadiagem: cirrose hepática. As malignas línguas, no entanto, dividem-se em duas hipóteses: noivo furioso ou atentado político.


Durante o lançamento de "Yoiô - O bode celebridade", haverá ainda a abertura da exposição "Brinquedos do Mundo", apresentação do teatro de bonecos "O sonho de Dorinha no Museu do Ceará", além de oficinas de confecção de brinquedos, em parceria com o Labrinjo - Laboratório de Brinquedos e Jogos da UFC.

Cultura cearense
Yoiô - O Bode Celebridade Arlene Holanda
Armazém da cultura
2011
23 páginas
R$ 20

Ilustrações de Julião Jr. O lançamento acontece amanhã, às 10h, no Museu do Ceará (R. São Paulo, 51). Contato: (85) 3224.9780
MAYARA DE ARAÚJOREPÓRTER

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Rinaldo de Fernandes para Carlos Vazconcelos

De: Rinaldo de Fernandes [mailto:rinaldofernandes@uol.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 26 de outubro de 2011 12:03
Para: Carlos Vasconcelos
Assunto: Agradeço

Carlos, prezado


eu lhe agradeço pelo ótimo encontro de ontem. O Bazar das Letras é um belo e bom montado projeto, feito por pessoas, como você e a Lúcia, do mais alto preparo e responsabilidade. Muito grato, amigo, pela participação, da qual gostei muitíssimo!


Li vários de seus contos e vou lhe confessar uma coisa. Você tem um conto no livro que é uma pequena obra prima, intitulado "Perdas e ganhos". Que belo e comovente conto! Um personagem muito bem construído, que vai se tornando gradualmente um assassino em série, mas que tem um centro emocional valiosíssiumo para ele que é o afeto perdido do pai, iconizado no inesquecível (para o personagem) jogo de futebol na praia.


O conto é também o gênero do detalhe significativo, expressivo - e você soube, magistralmente, pegar nesse detalhe do único jogo do menino com o pai, um jogo-brinquedo para sempre lembrado, o dado mais significativo do conto. O que humaniza o personagem e emociona o leit or. Um conto violento que no entanto traz outros valores, como, repito, o do afeto, do sentimento paterno - e isso no mesmo personagem. Maravilha! Parabéns pelo conto! Meu abraço, tudo de bom


Rinaldo


(Ps: Vou lhe enviar os três livros, para completar os 30. Por favor, me confirme seu endereço, beleza?)  


RINALDO DE FERNANDES

www.rinaldofernandes.blog.uol.com.br

Twitter:
@Ufernandes

SEMANA DO LIVRO E DA BIBLIOTECA

coluna doABRAÇO

Fortaleza, sexta-feira, 21 de outubro de 2011 – nº 06 – responsável: Lúcia Medeiros


PENSANDO SOBRE...

“Um bom livro é um bálsamo… uma biblioteca é desfrutar do Paraíso por inteiro.” (Luiza Gosuen - Psicóloga, Escritora, Embaixadora do Conselho Mundial de Cidadania Planetária, Membro do Greenpeace, Guardiã da Terra.)

DEFLORANDO PALAVRAS

A palavra BIBLIOTECA vem do Grego BIBLION, “livro” mais TEKHÉ, “ caixa, coleção depósito”.

FIQUE POR DENTRO...

De 24 a 31 de outubro comemora-se a SEMANA DO LIVRO E DA BIBLIOTECA, instituída pelo Decreto Lei nº 84. 631, de 2 de abril de1980, bem como o Dia Nacional do Livro, também no dia 29, pela Lei nº5.1912, de 18 de dezembro de 1966.


BIBLIOTECANDO...

· Uma epopéia histórica... Saiba mais

· Releitura da Biblioteca Nacional

A Biblioteca Nacional do Brasil, considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, é também a maior biblioteca da América Latina. Visite 

· LIVROS MAIS VENDIDOS EM 2011...


VEJA publica semanalmente a lista dos livros mais lidos no país. A Guerra dos Tronos - Água para Elefantes - Um Amor para Recordar - Ágape. Saiba mais... Acesse veja.abril.com.br/livros_mais_vendidos/Em cache - Similares

COMO TUDO COMEÇOU... NA BRQ – (BIBLIOTECA RACHEL DE QUEIROZ).

O Serviço Social do Comércio – SESC surgiu no Ceará em 1948. Seis anos depois, em 1954, foi inaugurada a Biblioteca do SESC. No decorrer dos anos a mesma foi passando por transformações desenvolvendo projetos para atender e cativar público. Foi somente em 1992 que ela foi intitulada Biblioteca Rachel de Queiroz (BRQ), um excelente nome para representar a importância que o SESC dá a este seguimento da cultura no Ceará. 

O acervo conta com 14.841 livros que estão à disposição. Além disso, a Biblioteca oferece empréstimos, consultas dos livros no local, sala de estudo, a Biblioteca Infantil, o acesso à internet e a unidade móvel, o BiblioSesc, que atende aos bairros de Fortaleza como uma biblioteca itinerante. Esteja você também convidado à utilizar mais a Biblioteca Rachel de Queiroz em todos as suas atividades. Contribua você mesmo para o seu crescimento intelecto-cultura. Alugue um livro e conquiste o mundo!

Serviços

Horário de Funcionamento – Seg a Sex (8h às 21h); Sab (8h às 12h)

Contato: 3452-9087/ 9088 - Ana Paula( Coordenadora)

FALANDO EM LIVROS....

LEITURAS DE UM SÓ FÔLEGO...

"Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias."(Mário Vargas Llosa)

Encontro Marcado / Fernando Sabino
Grande Sertão Vereda / Guimarães Rosa
Menino do Mato / Manuel de Barros
Os Sofrimentos do Jovem Werther / Goethe
Invisíveis Amores / Milan Kundera
A Normalista / Adolfo Caminha

Muitos possuem a impressão de que todo escritor é uma celebridade morta ou intocável”. (João Pedro Roriz – escritor, ator e jornalista – RJ)

ODISSEIA LITERÁRIA...

Imperdível! Mergulhem nas leituras dos escritores abracistas (Abraço Literário).

Avó de Cães Mestiços / Eudismar Mendes
Cuide Bem do Seu Jardim / Airton Soares
Mundo dos Vivos / Carlos Vazconcelos
Datas Comemorativas em Poesias / Sônia Nogueira
Padre Cícero Romão Batista e a família Crajubar / Laudecy Ferreira
Por Quem Somos? / Silas Facão


FIQUE DE OLHO... ENEM

Candidatos reclamam de prova "longa e cansativa"

Tranquilo, mas cansativo, segundo os candidatos. Provas extensas, longas questões e pouco tempo foram as principais reclamações dos estudantes. Saiba mais... AQUI

ENEM... DRAGÃO DEVORADOR DE INTELIGENCIA (Rubem Alves)

Rubem Alves, em seu livro Educação dos Sentidos e Mais... faz uma critica rigorosa a maneira dos jovens ingressarem ao Ensino Superior. Busquem essa leitura. É I N D I S P E N S Á V E L.

ROSTINHOS INTROSPECTOS...

Foi gratificante promover projetos voltados para a garotada de Ensino Médio, das Escolas Públicas e particulares que iria submeter-se ao ENEM. Os Projetos: Do Livro ao Cinema, Clássicos da Literatura Brasileira, Revelando a Literatura Cearense, Viajando pela MPB, Criando Competências e Passando a Língua na Canção tiveram o foco Literário, porém com uma postura interdisciplinar. Durante o período foram contemplados 1.750 jovens. A Cultura/ Literatura do SESC Fortaleza (Lúcia Medeiros) agradece a todos que contribuíram para o sucesso da atividade.

ACONTECE NO ABRAÇO

SEMANA DA BIBLIOTECA E DO LIVRO

Período: 26 a 28 de outubro

PROGRAMAÇÃO

Dia: 26: Memórias de uma Biblioteca (Histórias da Biblioteca Nacional e da Biblioteca Rachel de Queiroz). Mediadora: Ana Néo.

Dia 27: Poesias Contemporâneas – Sarau de Poesias. Grupo Converso.

Dia 28: A Vida se Resume em Texto – Mediador: Airton Soares

As atividades serão realizadas na Biblioteca Rachel de Queiroz – BRQ – 1º andar- SESC Fortaleza. Horário: 18h30min. GRATUITO

Oficina: Literatura X Mito

Toda segunda de novembro. 18h às 21h –Local: Galeria do Teatro Emiliano Queiroz. Facilitador; Kleber Bezerra (especialista em mitologia). GRATUITO. Inscrição: 34529090 ( Lúcia Medeiros)

O QUE É O ABRAÇO?
ABRAÇO LITERÁRIO: Encontros sistemáticos de amigos leitores ou leitores amigos. Parafraseando Drummond é um espaço que nos favorece uma aproximação mais intima com as palavras contemplando-as em suas mil faces ocultas. Como sugere o poeta José Paulo Paes é um momento onde se abre as portas do mundo da leitura partindo do gosto e do prazer de se ler. Trouxeste a chave?

Nada mais oportuno do que participar do Abraço Literário. Toda as terças- feiras, às 19h na galeria do Teatro Emiliano Queiroz. SESC – Rua Clarindo de Queiroz, 1740. Informações: 3452.9090. GRATUITO.

domingo, 23 de outubro de 2011

Do colibri de Alencar ao pavão de Braga

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Rio de Janeiro: Cidade Maravilhosa é apontada por especialistas como berço e primeira musa da crônica no Brasil

A pesquisadora cearense Ana Karla Dubiela discorre sobre o conceito, o estilo e a trajetória da crônica no Brasil. Gênero híbrido, polêmico e, sobretudo, encantador
A crônica andava a pé. Hoje, veloz como a própria contemporaneidade, tomou o metrô e se incorporou ao burburinho urbano. No processo de busca de identidade, a crônica literária tem como companhia toda uma nação e os princípios que marcam os rumos imprecisos da literatura nos séculos XX e XXI.


A "crise dos fundamentos da vida humana", como define Gilberto de Mello Kujawski, tem sua raiz na quebra dos padrões da vida cotidiana. As aflições do homem de nosso tempo e a crônica têm, portanto, a mesma raiz: a cotidianeidade.


A linguagem e o teor singulares do gênero traduzem o sentimento contemporâneo da saga em busca de lucidez e segurança. Do seu surgimento - como registro histórico do império - ao século XIX, era de ouro dos folhetins, evolui e se assume híbrida. Foi José de Alencar quem primeiro usou a metáfora do colibri sobre a flor (e não Machado de Assis, que somente escreveu a mesma metáfora para conceituar a crônica pelo menos 20 anos depois, embora seja citado como seu criador).


Como o colibri, que suga o néctar de poesia da flor e logo esvoaça para colher outros fragmentos do cotidiano, a exemplo de diversos textos da série "Ao correr da pena", de Alencar, e da borboleta amarela de Rubem Braga, a crônica se legitima nas miudezas do dia a dia; inaugura uma história que colhe resquícios do passado, renegados pelo historicismo, e com eles transforma e (re)cria o presente, à maneira de Walter Benjamin.


A crônica, portanto, passou a agregar, a partir do século XX, três áreas do conhecimento: história (nos antigos reinados, quando ainda não era denominada crônica, mas trazia em sua essência a linguagem oral, típica do gênero), o jornalismo (no século XIX) e a literatura (entre o século XIX e o XX). Hoje, a forma curta, o tom fragmentado e ligeiro encaixam-se perfeitamente no frenesi pós-moderno.


Talvez por isso, tenha conseguido se firmar, em nossos dias, como prosa tipicamente brasileira. Tipicamente brasileira, mas não exclusivamente nacional, se alargamos o olhar do próprio umbigo, reconhecendo o valor de excelentes cronistas lusitanos, como Inês Pedrosa, por exemplo, ou poloneses, como Ryszard Kapuscinski que, certa vez, escreveu no The New York Times: "A crônica - refiro-me à boa crônica - é arte e, como tal, seu único compromisso com o leitor é apresentar uma visão acerca de um lugar, que ninguém tenha apresentado antes, revelar um universo que só o artista pode fazer".


Sentimentos coletivos


Na virada dos séculos XIX e XX, a crônica tomou o bonde que mudava o ritmo e os costumes da cidade - numa nítida alegoria ao progresso - e registrou sentimentos coletivos, tradições, anseios e sonhos de gerações divididas entre a esperança e a miséria de um país iletrado.


O cenário carioca concentra as atenções literárias e culturais das elites nacionais, que vivem soberbamente as benesses de capital federal. Os jornais cariocas marcam os registros de fundação da crônica brasileira, fazendo com que alguns estudiosos da literatura considerem o gênero filho legítimo do Rio.


O estilo urbano, a molecagem carioca, predominavam nos grandes jornais brasileiros. Mas é importante observar que, em menor escala, multiplicavam-se pelo país cronistas dos mais variados tons, o que põe por terra a teoria da formação de um gênero em estreitos limites geográficos. É fato que, os grandes escritores, nascidos ou não no Rio de Janeiro, se apropriam de suas cidades e lançam um farol sobre a história da crônica no País.


Extrapolando os limites da região Sudeste, a voz da crônica, tímida figurante de fundo de palco, aos poucos, toma de assalto o espetáculo, encanta o público e garante um lugar na cena literária brasileira. Do "rés-do-chão", ou seja, do canto inferior da página dos jornais que lhe era reservado no século XIX, alça voo, independente da dificuldade dos teóricos em classificá-la. Nasceu com hibridismo crônico, desenvolveu-se, assumiu a ambiguidade e também o status de gênero literário.


Como diz Afrânio Coutinho, o que a caracteriza não é a "ordem ou a coerência, mas exatamente a ambiguidade", que "não raro a conduz ao conto, ao ensaio por vezes, e frequentemente ao poema em prosa.(...) De qualquer modo, o que se deve ressaltar é a importância que o gênero vem assumindo em nossa literatura".


A instantaneidade da crônica, que faz João do Rio denominá-la de "gênero gêmeo à cinematografia", a conquista da posteridade através dos livros, sua forma flutuante e a aceitação como gênero literário são fatos que acirram o debate sobre a impossibilidade crônica de um conceito sobre o gênero. Ou, pelo menos, instigam a revisão sobre a postura conservadora dos que definem a crônica como efêmera, tanto quanto o jornal, que a consagrou.


Não faz mais sentido falar nisso em pleno século XXI, quando as crônicas tomaram conta da TV, dos blogs e sites, do rádio, das livrarias e até - de forma minúscula e preconceituosa, é verdade - da própria academia, ao lado dos gêneros nobres como o romance.


Ninguém melhor que os próprios cronistas para defender seu ofício: "Eu sempre repito que a universidade tem que descobrir a crônica ainda. A crônica ainda não foi teorizada suficientemente. Há uma série de equívocos, inclusive o próprio Antonio Candido tem um equívoco sobre isso, quando ele diz que a crônica é um gênero menor. Não é um gênero menor. (...) Há pessoas menores diante de certos gêneros. Quando tratado devidamente, o gênero torna-se maior", diz Affonso Romano.


Lygia Fagundes Teles, em artigo publicado recentemente no jornal O Globo, concorda com Sant´Anna e utiliza um termo meio démodé para definir um elemento fundamental na escrita da crônica: a inspiração.


"Rubem Braga, Carlos Drummond, Clarice Lispector foram grandes cronistas. E não é fácil ser cronista, tem de ter inspiração, uma palavra que saiu da moda, mas em que eu acredito muito. O que é a inspiração? É uma transformação no interior do ser, como se fosse um novo ser que surge no interior do velho". Nada mais benjaminiano.


E continua: "A experiência da inspiração é uma experiência delicada, mas decisiva. De repente, você olha para algo e recebe aquela mensagem misteriosa. Pode ser um ser vivo, pode ser um objeto, ou uma paisagem. Você olha e inspira. Você inspira o objeto e, quando depois o expira, vem a criação literária".


Assim, na perspectiva de Lygia, de olhar algo e enxergar outro, alegoricamente, é que Rubem Braga, o pai da crônica moderna, escreve "O pavão" - a preferida do poeta Manuel Bandeira. O pavão, o "arco-íris de plumas", é a imagem do pensamento que remete o cronista ao fazer artístico, à criação poética e, dela, aos olhos de sua amada. O puxa-puxa de assunto que suga da imagem uma "certa inefável poesia".


"Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d´água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade".


A qualidade e a estreita relação com os leitores, mais que o mero questionamento sobre a permanência e a dimensão do gênero, foram atributos indispensáveis para a sua presença na história literária do Brasil.


Além das fagulhas líricas, sociais e políticas que acendeu, há, principalmente, o legado literário: a crônica caiu nas graças de um país historicamente iletrado. É o luxo do artista, que "atinge o máximo de matizes com o mínimo de elementos". Seu grande mistério? A simplicidade. "Minúsculas bolhas d´água em que a luz se fragmenta" - e reflete a cidade. A crônica de Rubem Braga é o maior exemplo disso.Jornalista e doutoranda em literatura comparada na Universidade Federal Fluminense (RJ)

ANA KARLA DUBIELA*
ESPECIAL PARA O CADERNO 3
Fonte: Diário do Nordeste

Cronista..Dicas!

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O escritor João Paulo Cuenca, que por alguns anos viveu como cronista em jornais, hoje retira o sustento sobretudo da venda de seus romances e da produção de roteiros para TV e teatro
Atualizando a discussão sobre o ofício de cronista, o escritor carioca João Paulo Cuenca comenta algu- mas regras básicas da profissão, inclusive os motivos que levam, ainda hoje, autores a se tornar cronistas

As coisas parecem ter acontecido relativamente rápido na vida do escritor João Paulo Cuenca, um dos jovens autores brasileiros que mais se destaca no País. Autor de "O dia Mastroiani" e do roteiro da série de TV global "Afinal, o que querem as mulheres?", também escreve crônicas.

Como ele mesmo diz, escritor nenhum opta por ser cronista. Ela surge e o escolhe. De fato, longe das letras, Cuenca formou-se economista, mas, apesar dos números, sempre teve forte ligação com a literatura. "Sempre escrevi contos, ficções, muito antes do meu primeiro romance", relembra. Aliás, também antes dele já estava produzindo crônicas para o jornal Tribuna da Imprensa (RJ).

No periódico, começou a escrever com apenas 23 anos. Vantagem ou desvantagem começar tão novo? "Bom, a vantagem é que eu não tinha a menor noção de onde eu estava me metendo!", confessa.

Passou um ano na Tribuna e migrou para o Jornal do Brasil. No mesmo ano da publicação de "Corpo Presente", sua obra de estreia, foi convidado à Festa Literária Internacional de Paraty, a principal feira literária do Brasil, e logo estaria frequentando os aeroportos rumo a muitos outros eventos semelhantes, dentro e fora do País.

Propostas
Em seis anos de crônica semanal, tendo passado também pelo O Globo além dos já citados jornais, João Paulo fala com propriedade sobre o ofício do cronista, desmitificando e, porque não dizer, desenferrujando alguns formatos. No blog do escritor e jornalista gaúcho Michel Laub, foi autor de interessantes "Seis propostas para a crônica", algumas das quais debatemos em entrevista.

"O cronista deve fugir do rodapé das notícias, da opinião sobre o assunto da semana". Aí está uma delas. Segundo Cuenca, uma das piores armadilhas em que pode cair um cronista é tornar-se "comentarista de notícias semanais".

Para ele, a crônica, nesse contexto, estabelecerá sempre uma relação paradoxal. "A crônica nasce no jornal e logicamente está relacionada ao tempo, mas concomitantemente ela precisa ser atemporal. A boa crônica é aquela que eu leio daqui a 90 anos e ela ainda vai ser brilhante! Ela foge do objetivo jornalístico, não se sujeitando à regra do jornal, que é informar o que aconteceu no dia anterior". O escritor chega a dizer que alguns cronistas dos jornais brasileiros se parecem mesmo com comentaristas de futebol. "Ficam dando opiniões vazias sobre certos fatos ou apenas polemizando casos já explorados ao extremo", ilustra.

"O cronista olha a cidade como uma criança, olha a cidade como um estrangeiro. O cronista não se acostuma". Mais uma. Para Cuenca, o bom cronista, que consegue inclusive produzir os tais textos atemporais, capazes de arrancar suspiros de satisfação daqui a 90 anos, é aquele que sempre observa a cidade, a paisagem e as pessoas com uma nova perspectiva.

"Se o cronista perde esse olhar diferente, ele passa a adotar o discurso do senso comum e já não terá nada a oferecer. Seu olhar precisa ser de visitante, de primeira vez, de alienígena sempre", defende. O texto, sob essa perspectiva, ainda que parta do que vier à cabeça, exige, sim, certo esforço.

"A crônica dificilmente, ou quase nunca, surge como um objetivo estético do escritor. Ela é feita sob demanda. Nem o maior cronista do Brasil, Rubem Braga, foi assim. Ele era jornalista, cobriu a Segunda Guerra. E esse homem, que também escrevia crônica como trabalho, elevou o gênero a um patamar nunca antes alcançado", esclarece o escritor carioca.

Mercado
No mínimo polêmico, Cuenca defende ainda que a forte tradição do gênero no Brasil tem relação direta com a precariedade do mercado editorial brasileiro. "Os escritores não tinham, e até hoje não têm, muitas oportunidades de lançar seus livros e por isso mesmo buscam nos jornais meios de sobrevivência. A crônica acaba sendo esse espaço", explica. Por isso, mesmo que existam diversos compêndios de crônica em formato de livro, o autor é da opinião de que ainda é impossível falar de crônica sem falar de jornal.

De fato, as dificuldades históricas de conceituar ou classificar a crônica trouxeram consequências sérias ao gênero, em termos de mercado. A Câmara Brasileira do Livro, órgão do setor que reúne dados acerca do panorama editorial do País, não pode precisar como anda o consumo dos compêndios de crônica, já que não há nessas pesquisas uma divisão por gênero, aglutinando-os em uma só categoria: literatura adulta.

A falta de especificidade dificulta a medição de "temperatura" do mercado, mas a expansão da crônica para além do papel jornal parece rebater a opinião de Cuenca. Se as crônicas são escritas como meio de sobrevivência dos escritores, porque estão gratuitamente em blogs e mídias sociais? Pelo visto, a "inspiração", defendida por Lygia Fagundes Teles parece não vir apenas sob demanda, como defende Cuenca.

O próprio autor já não vive mais de crônicas. Ele ganha a vida com a venda de seus romances e as presenças frequentes em feiras e bienais. "Estou estudando o meu retorno aos jornais, mas atualmente vivo de roteiros para teatro e, principalmente, vivo de falar (sobre literatura)", revela.

Interação
"O cronista vive em estado de eterna indiscrição consigo mesmo e com tudo que o cerca". Esta é talvez a mais curiosa das propostas para crônica de João Paulo Cuenca. Ao se adotar o ofício de cronista, o escritor parece assinar com o jornal uma permissão para invasão de privacidade, em termos.

Pergunto-lhe como os leitores reagiam às suas crônicas semanais. "Recebia desde cartas de amor a ameaças de morte! Eram muitas correspondências e eu nunca tive a capacidade de responder metade delas. Se o fizesse, não teria tempo para escrever as crônicas. Acho que isso acontece porque a crônica, em geral, é o cronista. Você se coloca muito ali. E a pessoa que lhe lê por anos, conhece você como ninguém. Eles sabem quando você está feliz, quando está triste. É uma curiosa relação íntima de mão única, já que eu não os conheço", reflete.

Entre os cronistas que ainda compõem os calendários semanais dos jornais brasileiros, indica Antonio Prata, que, segundo o carioca "escreveu clássicos da crônica brasileira e só tem 30 e poucos anos"; Xico Sá, ex-cronista do Diário do Nordeste e hoje afastado do gênero; e Fabrício Corsaletti, poeta que agora escreve crônicas. "Indico estes porque seguem a tradição do lirismo, da construção de personagem, do subjetivismo".

MAYARA DE ARAÚJO
REPÓRTER

CRÉDITOS PARA O JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Bazar das Letras - SESC - 25 DE OUTUBRO

RINALDO DE FERNANDES é professor de literatura na UFPB e doutor em Teoria e História Literária pela UNICAMP. Tem-se destacado na literatura brasileira contemporânea com obras como o romance Rita no Pomar, que foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura de 2009 (e inspirará um longa-metragem do cineasta paraibano Marcus Vilar), O Perfume de Roberta e O Professor de Piano. Além disso organizou algumas coletâneas de sucesso editorial, tais como O Clarim e a Oração (Geração Editorial, 2002), Chico Buarque do Brasil (Garamond/Fundação Biblioteca Nacional, 2004), Contos Cruéis (Geração Editorial, 2006) e Capitu mandou flores (Geração Editorial, 2008).

DIA 25/10/11
Às 19h
SESC (Av. Duque de Caxias, 1701)
3452.9032

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

coluna

doABRAÇO
Fortaleza, segunda-feira, 17 de outubro de 2011 – nº 05 – responsável: Lúcia Medeiros

ATENTE:
Novo endereço eletrônico do blog do ABRAÇO:


PENSANDO SOBRE...
O professor só pode ensinar quando está disposto a aprender    Janoí Mamedes

DEFLORANDO PALAVRAS
A palavra professor tem origem do latim professor, ōris. Significa o que faz profissão de,  o que se dedica a, o que cultiva.

Você sabe como surgiu o Dia do Professor?  Clique  AQUI

AMOR NÃO ENCHE BARRIGA...
No Ceará, diante da greve dos professores, o governador diz que os docentes deveriam trabalhar por amor.
 Vixe!   O quem ELE NÃO SABE...
Precisamos de um mínimo de matéria para cuidarmos das coisas do espírito. Santo Agostinho. 
PENSANDO SOBRE...
O Professor
Tânia Maya  (cantora e compositora brasileira. Possui formação em Letras, Licenciatura e Bacharelado em Língua e Literatura Portuguesa e Inglesa).

Quem com pó de giz
Um lápis e apagador
Deu o verbo a Vinícius
Machado de Assis, Drummond?
Quem ensinou piano ao Tom?
Quem pôs um lápis de cor
Nos dedos de Portinari,
Picasso e Van Gogh?
Quem foi que deu asas a
Santos Dumont?
Crianças têm tantos dons
Só que, às vezes, não sabem
Quantos só se descobrem
Porque o mestre enxergou
e incentivou...
É, só se faz um país com professor
Um romance, um croquis, com professor
Um poema de amor, dim dim
Um país pra ensinar seus jovens eh
É, só se faz...
Um romance, um croquis, com professor
Um poema de amor, dim dim...
Quem com pó de giz...

PALAVRA PUXA PALAVRA - Machado de Assis.
Falando em professor... Comemoramos, em 12 de outubro, o Dia Nacional da Leitura.  Iniciativa do Governo Federal. Saiba mais http://www.educarbrasil.org.br/Portal.
 PARABÉNS!     
 Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais... Rubem Alves
Parabéns a todos os professores em especial aos que colaboram mediando os Projetos Literários promovidos pelo setor de Cultura/Literatura do SESC Fortaleza.  Se não sabes, aprende; se já sabes, ensina. Confúcio
 
SORRISO LAAAAARGO...
Foi prazeroso ver um sorriso largo no rostinho da garotada durante a programação da SEMANA CULTURAL DA CRIANÇA, realizada pelo setor de Cultura, Literatura (Lúcia Medeiros) e Biblioteca Infantil (Hercília Sombra). As atividades foram diversificadas, porém todas voltadas ao incentivo à Leitura. Durante este período foram contempladas 500 crianças da rede de ensino de Escolas Públicas. Aqui fica o agradecimento a todos que colaboraram para o sucesso da atividade.
ACONTECE NO ABRAÇO


Prepare-se para o enem...
Dia 17/10 – Ciências Humanas e suas Tecnologias – Professores: Leirton Carneiro e Rafael Gama.
Dia 18/10 – Matemática e suas Tecnologias – Professores: Marcos Medeiros e Nilo Cesar.
Dia 19/10 – Atualidades, Artes e Músicas: Uma retrospectiva de 2011 – Professores: André Araújo e Pedro Israel.
Dia 20/10 – Sociologia e Produção Textual: Bullying, Racismo, Homofobia e outros temas prováveis na redação do ENEM. Professores: Márcio Rogério e Sérgio Igor.
Dia 21/10 – A Química da Arte, a Matemática do Cotidiano e a Física no Dia-a-dia. Professores: Fabiano, Marcos Medeiros e Wladimir Damasceno.
OBS: As palestras serão realizadas na Galeria do Teatro Emiliano Queiroz. SESC Fortaleza. Horário: 18h às 21h. Gratuito Informações 34529090. Lúcia Medeiros
Não quero faca nem queijo, quero a fome. Adélia Prado.

BAZAR DAS LETRAS
Lançamento do livro O Professor de Piano de Rinaldo de Fernandes, escritor Paraibano, no dia 25 de outubro às 19h na Galeria do Teatro Emiliano Queiroz – SESC (Av. Duque de Caxias)
O QUE É O ABRAÇO?


ABRAÇO LITERÁRIO: Encontros sistemáticos de amigos leitores ou leitores amigos. Parafraseando Drummond é um espaço que nos favorece uma aproximação mais intima com as palavras contemplando-as em suas mil faces ocultas. Como sugere o poeta José Paulo Paes é um momento onde se abre as portas do mundo da leitura partindo do gosto e do prazer de se ler. Trouxeste a chave?
Nada mais oportuno do que participar do Abraço Literário. Toda as terças- feiras, às 19h na galeria do Teatro Emiliano Queiroz. SESC – Rua Clarindo de Queiroz, 1740. Informações: 3452.9090. GRATUITO.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Educação "GLOBAL"

SEM LIMITES

via blog do professor Mourão

No momento em que o país se mobiliza para melhorar a educação pública, com profesores em greve, ampla discussão do assunto, luta pela aplicação do piso salarial, etc., aparece a Rede Globo com uma novela – Fina Estampa – avacalhando a escola. Um personagem, ainda adolescente, se rebola numa festa e canta, estilo funk, estes versos:

“Aprender é desafio/ mas no funk eu arrepio/ Eu odeio redação/ mas requebro até o chão/ Não sou boa no estudo/ levo zero em quase tudo/ Reprovada no provão/ tirei dez no popozão/ Meu diploma é de funkeira/ vem comigo meu irmão/ Põe a mão no popozão/ e requebra até o chão./ Chão, chão, chão! “

Aonde é mesmo que a Rede Globo quer nos levar?

Lançamento do livro AVÓ DE CÃES MESTIÇOS

TSI – Trabalho Social com o Idoso – SESC

Convida para o lançamento do livro de crônicas

AVÓ DE CÃES MESTIÇOS,

De Eudismar Mendes.

Dia 11/10/11

16h

Local: Galeria do Teatro SESC Emiliano Queiroz

(Av. Duque de Caxias, 1701 – Centro)

“Este novo livro não me surpreende, e sei que outros virão,

pois Eudismar Mendes é pessoa das mais joviais que já

conheci, dinâmica (quase dizia irrequieta) e solícita.

Já me segredou que tem um livro infantil na gaveta.

Além da literatura, o palco é seu lugar,

recita com mestria e representa com desenvoltura.”

Carlos Vazconcelos

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sábado, 8 de outubro de 2011

coluna

doABRAÇO

Fortaleza, sábado, 08 de outubro de 2011 – nº 04 – responsável: Lúcia Medeiros

PENSANDO SOBRE...

O que importam meus cabelos brancos, se minha alma ainda faz pipi na cama?

Fernando Câncio

FIQUE SABENDO...

Fernando Câncio de Araújo - Natural de Fortaleza / Ce. 14 de março de 1922. Autodidata, Escrito, Trovador, Artista Plástico. SAIBA MAIS...

ISSO ME LEMBRA...

Mário Quintana

Embora idade e senso eu aparente,

Não vos iluda o velho que aqui vai:

Eu quero meus brinquedos novamente!

Sou um pobre menino... acreditai...

Que envelheceu um dia, de repente!

DEFLORANDO PALAVRAS

Olhem bem, criança vem do Latim creare, “produzir, erguer”, relacionado a crescere, “crescer, aumentar”, do Indo-Europeu ker-, “crescer”.

ORIGEM DO DIA DA CRIANÇA.

O Dia das Crianças é comemorado em vários países, em datas diferentes. No Brasil, o 12 de outubro foi criado na década de 1920, por iniciativa de um deputado federal. Vamos conhecer um pouco dessa história? Esprema AQUI.


Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada...

Grandes Autores da Literatura Infantil

Vinícius de Moraes “Poetinha” como era chamado, um dos mais famosos compositores da música popular brasileira e um dos fundadores da bossa-nova.

Maurício de Sousa um dos mais famosos cartunistas do Brasil, criador da "Turma da Mônica".

José Bento Renato Monteiro foi um dos mais influentes escritores brasileiros do século XX. Foi o "precursor" da literatura infantil brasileira. Criou o “Sítio do Pica-Pau Amarelo”.

Cecília Benevides de Carvalho Meireles foi uma poetisa, professora e jornalista brasileira.

Ziraldo Alves Pinto criador de personagens famosos, como o Menino Maluquinho, e, atualmente, um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis do Brasil. Conheça mais...

NEM TE CONTO...

Sueco Tomas Tranströmer ganha prêmio Nobel de Literatura.

Poeta figura há anos na lista dos favoritos ao prêmio.

Anunciado na manhã desta quinta (6) vencedor do Nobel de Literatura 2011.O poeta sueco Tomas Tränstromer não tem livros editados no Brasil - nem livros traduzidos para o português. Ainda assim, é o poeta mais traduzido da Suécia. Saiba mais. Clique AQUI

ACONTECE NO ABRAÇO

Palestra

Na próxima terça-feira, dia 11/10 conheceremos um pouco sobre Alcides Pinto. Escritor cearense, nascido em Santana do Acaraú. Um grande nome da Literatura Cearense que merece destaque. Autor de renome escreveu obras admiráveis.


Semana Cultural da Criança.

“O importante é motivar a criança para leitura, para a aventura de ler”. Ziraldo



PROGRAMAÇÃO:

Dia 10: Círculo de Leitura – Tema O Enfermeiro, conto de Machado de Assis. (Lúcia Medeiros). 14h. Biblioteca Infantil – 2º andar SESC Fortaleza.

Dia 11: História Teatralizada- Vamos Começar? Vamos Começar! Grupo Cia. Sonhar. 09h. Espaço de Convivência – SESC Fortaleza.

Dia 13: Poética Infantil – Grupo Converso – 09h. Espaço de Convivência – SESC Fortaleza.

Dia 14: Hora do Conto/ Histórias e Origami – (Fabíola Lourenço). 09h – Biblioteca Infantil – 2º andar – SESC Fortaleza.

Dia 14: Bazar das Letras Infantil – Escritoras: Ana Néo e Sonha Nogueira. Mediador: Airton Soares. 10h. Espaço de Convivência – SESC Fortaleza.

Obs: Teremos Stands de vendas de livros infantis. Presenteie a meninada com livros e incentive o prazer pela leitura desde cedo.

O QUE É O ABRAÇO?



ABRAÇO LITERÁRIO: Encontros sistemáticos de amigos leitores ou leitores amigos. Parafraseando Drummond é um espaço que nos favorece uma aproximação mais intima com as palavras contemplando-as em suas mil faces ocultas. Como sugere o poeta José Paulo Paes é um momento onde se abre as portas do mundo da leitura partindo do gosto e do prazer de se ler. Trouxeste a chave?

Nada mais oportuno do que participar do Abraço Literário. Toda às terças- feiras, às 19h na galeria do Teatro Emiliano Queiroz. SESC – Rua Clarindo de Queiroz, 1740. Informações: 3452.9090. GRATUITO.

domingo, 2 de outubro de 2011

coluna

coluna doABRAÇO

Fortaleza, sábado, 01 de outubro de 2011 – nº 03 – responsável: Lúcia Medeiros


PENSANDO SOBRE...

Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito. Machado de Assis


FIQUE SABENDO...

Machado de Assis - escritor e poeta brasileiro. Foi o fundador da Academia Brasileira de Letras e é famoso por muitos de seus livros, como Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba e O Alienista.


DEFLORANDO PALAVRAS

Academia tem origem no grego 'akadémia', «jardim de Academo, perto de Atenas, onde funcionava a escola de filosofia de Platão», pelo latim 'academia'. Segundo o mesmo autor, a palavra academia entra na língua portuguesa por volta do século XV por via do francês.



EXTRA, EXTRA EXTRA...


Jornalista Merval Pereira toma posse na Academia Brasileira de Letras



Ocupa a cadeira número 31 da ABL, substituindo Moacyr Scliar



O jornalista carioca Merval Pereira tomou posse na noite desta sexta-feira (23) na Academia Brasileira de Letras (ABL). Aos 61 anos, o colunista do jornal "O Globo" e comentarista da Globo News e da rádio CBN ocupa a cadeira número 31 da instituição, substituindo o escritor Moacyr Scliar, falecido em 27 de fevereiro. Saiba mais... http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes



FALANDO EM ACADEMIA...



No último dia 17, a Academia de Letras dos Municípios de Estado do Ceará (ALMECE) recebeu solenemente através do senhor Francisco Lima Freitas, presidente, a poetisa/escritora Sônia Nogueira e a escritora Laudecy Ferreira, ambas membro do Abraço Literário (SESC) para compor o quadro acadêmicos almeceano no qual recepcionaram as cidades de Itaiçaba e Nova Olinda respectivamente.

Sonia e Laudecy são graduadas e pós- graduada na área de Educação, participam de outras instituições literárias a exemplo União Brasileira de Trovadores (UBT), Academia Cearense do Escritor (ACE), bem como de seminários em projetos Culturais. Possuem livros publicados e trabalhos em antologias.



FALA DO PRESIDENTE...

Vocês, Sonia Nogueira e Laudecy Ferreira são mais duas aromáticas flores que desabrocham no purpuroso jardim de nossa ascendente ALMECE”. Lima Freita



PARABÉNS!

O SESC em nome do Abraço Literário sente-se orgulhoso com esse marcante episódio da tomada de posse de Sonia e Laudecy na Academia de Letras do Município de Estado do Ceará (ALMECE). Exaltamos o trabalho, a força e a garra de vocês. PARABÈNS!



DO CEARÁ PARA O BRASIL

José Martiniano de Alencar nasceu em 1.º de maio de 1829, em Messejana, Ceará, filho do padre José Martiniano de Alencar (deputado pela província do Ceará) ele foi o fruto de uma união ilícita e particular do padre com a prima Ana Josefina de Alencar. Saiba mais.. http://www.vidaslusofonas.pt/jose_alencar.htm

Os alunos do Ensino Médio da Escola Ateneu ficaram encantados pela belíssima explanação do professor André Araújo acerca do romance Iracema, obra prima de José de Alencar. Esta ação promovida pelo SESC, realizada pelo setor de Cultura/ Literatura desponta do Projeto Clássicos da Literatura Brasileira. Ocorre mensalmente e objetiva fomentar a leitura dos clássicos pelos jovens alunos.

PAIXÃO AVASSALADORA...

...Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema...

...Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira... Vale à pena conferir a história de amor avassalador entre Iracema e Martim Soares Moreno, seu guerreiro branco.

IRACEMA, A MUSA.

No Ceará É Assim


Fagner


Eu só queria
Que você fosse um dia
Ver as praias bonitas do meu Ceará

Tenho certeza
Que você gostaria
Dos mares bravios
Das praias de lá

Onde o coqueiro
Tem palma bem verde
Balançando ao vento
Pertinho do céu
E lá nasceu a virgem do poema
A linda Iracema dos lábios de mel
(trecho da música)


DESTAQUE NO ABRAÇO LITERÁRIO


José Airton, ALQUE, como o chamamos carinhosamente, compositor e poeta se destaca no Abraço Literário por sua sensibilidade, e veia poética. Parafraseando o grande mestre das letras, José de Alencar, ALQUE por ser poeta é um cidadão do belo e da arte. “O cidadão é o poeta do direito e da justiça; o poeta é o cidadão do belo e da arteClique AQUI e leia a resenha de autoria de ALQUE sobre o livro “No Rastro do Boi” de Ésio de Souza.



PROJETO DO LIVRO AO CINEMA


Julgamento de Procópio – após a cessão do filme O Enfermeiro, baseado no conto homônimo de Machado de Assis, foi simulado um júri pelos alunos da Escola Ateneu, sob a orientação da professora Ana Néu. A defesa e a acusação tiveram momentos bastante acirrados. Culpado ou inocente? Ao final do julgamento o veredito foi...

C U L P A D O.



ETERNAS DÚVIDAS


Em Dom Casmurro: Capitu traiu ou não traiu Bentinho?


Em O Enfermeiro: Procópio premeditou a morte do coronel Felisberto para ficar com sua herança ou foi impelido pelos maus tratos que sofria?


O brilhantismo de Machado de Assis é tamanho que essas respostas dependem da nossa imaginação e interpretação. Tudo fica como o leitor quiser. Leia o conto e tire suas conclusões.



"AS" LANÇA NO BAZAR DAS LETRAS DO SESC SEU NOVO LIVRO

clique na imagem e saiba +




Airton Soares (AS) abre o seu
“Cuide Bem do Seu Jardim” com a quadra:

À minha mãe Gonçalinha
que só mudou de vestimenta...
pra viver noutro jardim,
já bem perto dos oitenta!


OFICINA: O FAZER LITERÁRIO

Todas às segundas-feiras

Objetivo:

Preparar os participantes para escrever mais e melhor diversos tipos de textos literários.

Horário: 19h às 21h

Local: SESC – Fortaleza. Av. Duque de Caxias, 1701

Contato: Lúcia Marques – Informações: 3452.9090

Facilitador: Airton Soares



O QUE É O ABRAÇO LITERARIO:


Encontros sistemáticos de amigos leitores ou leitores amigos.


Parafraseando Drummond é um espaço que nos favorece uma aproximação mais intima com as palavras contemplando-as em suas mil faces ocultas.


Ler é fazer amor com as palavras”

Rubem Alves


Nada mais oportuno do que participar do Abraço Literário. Todas as terças- feiras, às 19h na galeria do Teatro Emiliano Queiroz. SESC – Rua Clarindo de Queiroz, 1740. Informações: 3452.9090. GRATUITO.